sexta-feira, 15 de julho de 2016

BATALHA DE MONTE CASTELLO

IGOR SILVA DAMASCENO



A FEB E OS ALIADOS

Atividade pontuada como avaliação parcial da II unidade, solicitada pelos professores: Yuri Oliveira (Geografia), orientado pela professora Wagner Aragão Tales (História).

INTRODUÇÃO

A Batalha de Monte Castelo foi travada ao final da Segunda Guerra Mundial, entre as tropas aliadas e as forças do Exército Alemão, que tentavam conter o seu avanço no Norte da Itália. Esta batalha marcou a presença da Força Expedicionária Brasileira (FEB) no conflito. A batalha arrastou-se por três meses, de 24 de novembro de 1944 a 21 de fevereiro de 1945, durante os quais se efetuaram seis ataques, com grande número de baixas brasileiras devido a vários fatores. Quatro dos ataques não tiveram êxito, por falhas de estratégia.

ASPECTOS HISTÓRICOS

No final de novembro, os soldados brasileiros receberam a missão de conquistar uma elevação na região dos Apeninos: Monte Castelo. A campanha dos Aliados na Itália, aliás, foi essencialmente travada em montanhas e colinas.

Para que os Aliados pudessem alcançar Bolonha, era preciso romper a Linha Gótica: um complexo defensivo dos alemães, formado por fortificações nos montes Apeninos. Se conseguissem romper a Linha Gótica, os Aliados poderiam utilizar uma estrada conhecida como Rota 64. Esse tipo de terreno favorecia o exército que estivesse na defensiva; no caso, o alemão. A principal vantagem dos alemães era a posição privilegiada: do alto das montanhas e colinas, eles podiam ver os inimigos tentando avançar. Sem a vantagem do fator surpresa, os soldados que escalassem as colinas e montanhas defendidas pelo exército alemão podiam ser facilmente atingidos pelos tiros das metralhadoras alemãs MG 42, apelidadas de lurdinhas pelos brasileiros.

Além de tomar cuidado para se proteger do inimigo, os soldados precisavam ter habilidades de alpinista: cada pracinha carregava cerca de 25 quilos de equipamento. Os brasileiros não haviam recebido treinamento para o combate em montanhas, sequer tinham feito exercícios básicos de combates em terreno elevado, embora o Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo, oferecesse locais adequados para esse tipo de treinamento.

Outra vantagem do exército alemão era a experiência: o marechal Kesselring, que comandava os grupos de exército alemães, dispunha de vinte divisões bem treinadas e com experiência em combate (muitos dos soldados alemães que estavam lá já haviam lutado na frente russa).

MONTE CASTELLO

Tomar Monte Castelo não foi nada fácil. As primeiras tentativas, realizadas nos dias 24, 25 e 26 de novembro, fracassaram. Uma quarta tentativa também fracassou. Em dezembro, as nevascas e o intenso frio do inverno europeu tornaram as condições ainda mais desfavoráveis aos brasileiros. Os pracinhas se viram obrigados a ficar entrincheirados nos fox holes (tocas de raposa), buracos cavados no solo pedregoso. Além dos atiradores alemães, os brasileiros tiveram que enfrentar o frio e o risco de terem os pés congelados, o que poderia causar gangrena e tornar necessária a amputação.

Em fevereiro de 1945, com o final do inverno, uma nova operação foi lançada. Num esforço conjunto com a 10ª Divisão de Montanha do Exército Americano, os brasileiros atacaram. No dia 21 de fevereiro, após doze horas de combate, finalmente conquistaram Monte Castelo.

Para dificultar a visão dos atiradores alemães (que estavam nas melhores posições), os brasileiros queimavam óleo diesel, o que criava uma nuvem de fumaça escura. Os pracinhas também contaram com a ajuda da artilharia comandada pelo general Cordeiro de Farias e da aviação. Mais da metade das baixas fatais da FEB se deveu às tentativas de se tomar Monte Castelo.

SÉRIE DE VITÓRIAS

Com o moral elevado, a FEB prosseguiu numa série de vitórias. Em 5 de março de 1945, os brasileiros conquistaram Soprassosso e Castelnuovo. Antes que os Aliados pudessem chegar ao vale do rio Pó, os alemães ainda resistiam numa última cadeia montanhosa: a linha Gêngis Khan, que passava pela cidade de Montese e pelos montes Serreto, Possessione e Montello.

A FEB começou a mover uma verdadeira perseguição aos alemães, motivada pelo desejo de vingar os companheiros mortos em Monte Castelo. Em Montese teria início a mais sangrenta batalha travada pelos brasileiros na Itália. Os brasileiros conquistaram Montese na manhã do dia 15 de abril. Essa vitória custou caro para a FEB: cerca de mais de quatrocentas baixas (contabilizando mortos, feridos e desaparecidos). Em 21 de abril, os brasileiros tomaram Zocca. No mesmo dia, os Aliados entraram em Bolonha. No dia 29 de abril, véspera do suicídio de Hitler, a FEB capturou, na cidade de Fornovo di Taro, a 148ª Divisão Alemã, o que significou o aprisionamento de mais de quinze mil alemães, dentre os quais, dois generais.

A partir daquele momento, a FEB se transformava numa força de ocupação militar. No dia seguinte, ocupou Alessandria, a 60 quilômetros de Turim, e, junto com soldados norte-americanos, também participou da libertação da própria Turim. Em dois de maio, o general Mark Clark dava por encerrada a campanha dos Aliados na Itália. Para os brasileiros, a guerra terminava naquele momento.

CONCLUSÃO:

No Brasil foram organizadas festas para receber os combatentes. Vargas temia que a FEB fosse usada como símbolo para derrubar o Estado Novo. Afinal, o fato de os pracinhas terem lutado contra ditaduras na Europa poderia ser usado como pretexto para derrubar a ditadura no Brasil.

Os membros da FEB logo perceberam as diferenças entre os Estados Unidos, um país moderno, em que se realizavam regularmente eleições diretas, e o Brasil, então um país atrasado, que vivia sob uma ditadura parecida com as que os pracinhas estavam enfrentando na Europa.

A propósito, o nome do jornal era uma alusão ao distintivo da FEB, que trazia o desenho de uma cobra fumando um cachimbo e a frase "A cobra está fumando", uma resposta bem-humorada àqueles que cinicamente diziam que seria "mais fácil ensinar uma cobra a fumar" do que o Brasil conseguir mandar uma força expedicionária para lutar na guerra.




 REFERÊNCIAS:
· Divisão Territorial do Brasil Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
· IBGE (10 de outubro de 2002). Área territorial oficial Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R. PR-5/02).
· Censo Populacional 2013 Censo Populacional 2013 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
· Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil Atlas do Desenvolvimento Humano Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
· Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
·  [1] Caestamosnos.org. Br
· (Correio da Bahia). Correiodabahia.com. br.
· Agecom. Sede do Governo da Bahia é transferida para Cachoeira nesta sexta Prodeb.   








 No inverno de 1944, patrulha da FEB atua nas escarpas geladas dos Apeninos.







Capitão John Sorey, ministro da 1ª Igreja Batista, fora morto em Monte Castello


Um comentário:

  1. http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/brasil-na-segunda-guerra---monte-castelo-vitoria-volta-da-feb-e-fim-do-estado-novo.htm

    ResponderExcluir